Saio.
É de noite. Sinto-me bem, sinto-me livre. Sinto um bem-estar que já não sentia há tanto, tanto tempo..!
“Uivo prá lua, que vai tão alta…”
Sinto o vento quente a lamber-me a face. Sinto o suor a começar a colar a roupa ao corpo, uma gota solitária a escorrer-me pela espinha abaixo. Uma outra salta da minha testa para o chão que piso.
“Corro na rua, feito um pernalta…”
É irreal, parece um daqueles sonhos lúcidos. Apercebo-me disso, belisco-me, belisca-me, mas mantenho-me neste transe, sem vontade de acordar. Não quero que venha o sol, não quero abrir os olhos.
“Tanta a folia de liberdade, que nem o dia me dissuade…”
Para que serve o mundo exterior? Para quê aturar as merdas e os merdas que se passeiam e pavoneiam como se todo o mundo lhes pertencesse?
“Quero ser animal, velho cão sem bordão…”
Aqui, entre as nossas 4 ilógicas paredes, dentro deste santuário que é só meu e só teu ao mesmo tempo, sinto-me vivo, para quê procurar uma razão?
“A lamber triunfal, o caixão da razão…”
A razão está morta aqui. Fomos nós, fui eu, foste tu que a mataste. Não precisamos dela. Não preciso dela. Satisfeito, giro a chave. Uma, duas voltas.
Saio.
É de noite. Sinto-me bem, sinto-me livre.
A lua vai tão alta..!
(Para evitar confusões, explicito aqui que as frases entre aspas provêm inalteradas da letra da música "Caixão da Razão", interpretada pela banda "Mundo Cão" e escrita por Adolfo Luxuria Canibal da banda "Mão Morta". Obrigado pela inspiração!)
A Razão Está Morta
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Registado por Lourenço @ 17:49
Etiquetas: Lua Mundo Cão Caixão da Razão Noite Lourenço
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1 Marcas:
è tão bom sentirmo-nos bem pa ... sentirmo.nos livres de tudo ... grita pa ... grita bem alto e uivaaaaaaaaaa ...
QUERO UM CHEESABRUGAAAAAA EM PLENA BAIXA AS 4 DA MANHAAAAAAAAAAAAA =P
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