"Roxanne..!"

sexta-feira, 4 de junho de 2010




Hoje voltei a sonhar contigo.

Foi como se estivesse a ler de um livro.

No principio era branco, puro. Um livro não escrito. Uma história não contada. O papel vazio que puxa pelo nosso vómito, até enchermos o espaço em branco com as nossas entranhas. Esse espaço que não era de ninguém tornou-se só meu. Era o meu livro. Era a minha história.

Eu reconheci os personagens principais, flutuei entre as páginas para ver melhor. Queria aproveitar ao máximo antes de acordar. Saltei de capítulo em capítulo, incrédulo ao ver a minha vida passar diante de uns olhos que já não eram meus. Ouvi a primeira badalada da noite e senti-me assustado.

Parei não sei em que página minha, e vi-te. Vi-nos.

Essa visão desconcertou-me. Não estava certo. Não conseguia dizer onde acabava o meu corpo e começava o teu, onde parava de sentir o teu perfume e onde deixava de sentir a tua pele na minha.

Não está certo.

Sentia-me descontrolado, doente. Corri em direcção à contracapa de madeira, ao meu último ponto final, ao meu último capítulo. Ouvi a segunda badalada. E uma terceira.

Quatro.

Cinco.

Quero apagar o que vi.

Seis.

Sete.

Quero arrancar os meus olhos, a minha cara, a minha pele. Despir-me de mim.

Oito.

Nove.

Dez.

Todo o livro está manchado. Sujo. Não consigo ler, não consigo voltar atrás. Luto contra mim mesmo, arranco de mim o que me era mais sagrado, e ofereço-o aos céus.

Onze.

Leio a última página. Sorrio.

Tal e qual como eu escrevi.

Doze.


Acordo, estou no meu quarto, rodeado do que não é meu.
Preciso de tirar esta loucura de mim, nem que seja para uma simples folha de papel.

Escrevo.

"Hoje voltei a sonhar contigo..."




Cliché do Dia

"Jealousy, yes, jealousy will drive you mad."
- Argentinean, in Moulin Rouge

Viva la Vida..!

domingo, 12 de outubro de 2008




Standing in the rain, I look up to the sky...

".............................Fuck."

My eyes are caught by the revolving clouds, dancing around, often letting a lonely ray of sunshine slip through them.
There's a weird sense of silence, amidst the shattering sound of heavy rain. By smothering every other noise, there is peace.

"Good, I can focus here."

Random ideas, actions, memories are racing through my skull at the speed of light, leaving but a trace of the line of thought that led me to them. I avert them to one goal, a single objective, a single purpose.

"Why am I here again? Of all the fucking people in the world... That's karma for ya. Son of a--"

There isn't an answer. Or at least I can't find one. More and more questions are popping up in my head.

"Is this it?"

Wait. Rewind a little. Think it through once more.

"Am I here... Because of my own path? My own actions?"

Heh. It's funny. When they said that history goes around in circles, only to repeat itself once more, I thought that it only applied to wars and such...

"Hmm... I think I get it now."

I knew that that fucking sentence about being hesitant would come back to bite me in the ass, the moment I wrote it. Hesitant my ass, I jumped into this head-first, I can't complain... nor would I, it's the path I chose. I have no regrets.

"I have no regrets."

I had to say it out loud. It's true. I have no regrets. Guilt, now that I have enough to go around. Regrets? None whatsoever. Fuck them. Fuck them all the way to the innermost chamber of the lowest circle of hell.

"Heh. Who knew that I could feel this way? After everything that happened, this is a surprise..! Wanting to know someone, better than I know myself..."

Soulmates. Destiny. Love. Hate. Friendship. Fate.
Ethereal, abstract concepts, lost the moment you try to turn them into something tangible. Nevertheless, they exist. And in our existence we turn them into goals, we lead our lives by them... Hell, we die for them.

"Could it be more fucking ironic? To become the person whom I hated the most and despised with every ounce of strenght in my body."

Karma, fate, coincidence, destiny, some childish god's designs, or a fallen angel's petty games, call it whatever you like. Believe what you will. I'm of little faith, but this sure seems like someone's trying to teach me a lesson.

"Screw it. It's not the first time I'm jumping in with my eyes closed, and it sure as hell won't be the last. Everything goes when trying to reach those golden goals, huh?"

No regrets. I've become the one thing that I swore to myself I'd never come to be. And I have no regrets. I have nothing to lose, and everything to gain.

"I want this. And if in the end I have to blame someone, all I have to do to face that person is to stand in front of the fucking mirror. I want this."

It continues raining, no signs of it withering away. I lost track of time.

"Fuck, I'm soaked to the bone."

As I started walking home, leaving that trance-like state, I suddenly started hearing again everything that was silenced before. And the rain goes on. It's amazing what the human mind can do when focused.

Almost arriving home, the rain finally subsides. It served its purpose.

"Hey, I'm home... Freaking soaked, but home!"

Getting out of the drenched clothes, I look out the window and into the street. The sun is shining, no sign of the dark clouds that hovered above us. As sudden as it arrived, the rain disappeared.

"...No regrets."



Cliché do Dia

"Anyone who says sunshine brings happiness has never danced in the rain."
- Unknown

Falling

segunda-feira, 15 de setembro de 2008




Por me receberem de braços abertos sem me conhecerem de lado nenhum;
Por me fazerem rir 48 horas seguidas;
Por me darem a conhecer o mundo de uma perspectiva totalmente diferente:

Agradeço-vos!


"Só os pára-quedistas sabem porque é que os pássaros cantam..."



Cliché do Dia

"Há quedas que provocam ascensões maiores."
- William Shakespeare

Hesitante

quarta-feira, 10 de setembro de 2008





Pergunto-me:

Será que vale a pena hesitar? Aqueles preciosos segundos em que ouves uma voz vinda dos recônditos mais profundos da tua mente, a questionar-te "Será que devo dar este passo em frente?"

E se ouvirmos essa voz? Evitamos viver a nossa vida? Várias pessoas diriam que sim, e existem VÁRIOS nicks no MSN a comprovar isso, "carpe diem" sendo dos exemplos mais flagrantes.

E se não ouvirmos essa voz? Seguimos em frente, com tudo o que de mau e de bom daí advém.

Sabem que mais? Não dar um passo em frente não é o mesmo que fugir; chamem-lhe retirada estratégica, se quiserem.

Por vezes prefiro não dar um passo em frente, e cansar-me a dar a volta pelo caminho alternativo. Venham coisas boas ou más, foi a minha escolha, em vez de só e apenas aceitar de braços abertos tudo o que a vida nos atira à face.

Se sou hesitante? Sou hesitante q.b. e não me envergonho de o afirmar. Posso não viver a vida ao máximo, pelos vossos parâmetros, mas podem ter a certeza de que a vida que eu levo é a minha e não é a de mais ninguém. E muito sinceramente acho que é uma das melhores maneiras de levar a vida que temos.

Agora com licença, tenho que ir mudar o meu nick no MSN.




Cliché do Dia

"No please, don't hesitate
no more, no more
It cannot wait
The sky is your's!"
- Jason Mraz in "I'm Yours"

RE: Afinar um Coração

domingo, 31 de agosto de 2008




O som duma guitarra desafinada mete dó; nem sequer vou comentar a melodia saída dum coração na mesma situação.

Eu não sei muito sobre muita coisa, mesmo.

Em relação ao penúltimo post: esqueçam o afinar.

Acho que acabei de partir umas quantas cordas.




Cliché do Dia

"Há cordas no coração que melhor seria não fazê-las vibrar."
- Charles Dickens

Névoa

quarta-feira, 27 de agosto de 2008




Fecho a porta da casa de banho atrás de mim.

Já há tanto tempo que não me olho ao espelho…

Giro a torneira, tento relaxar debaixo do jacto de água que me atravessa o rosto.

O espelho fica embaciado, o meu olhar turva com a névoa que se estende ao meu redor, perco-me no vapor.

Encontro-me a fitar o vazio de frente, sem focar nada em especial. A minha mente está completamente vazia e ao mesmo tempo, tão cheia de coisas sem sentido. Não poderia estar num estado mais lúcido e desperto mas, ao mesmo tempo, tão desatento e adormecido.

Encontro-me verdadeiramente no topo do nada. E não me encontro. Não consigo reconhecer a pessoa que sou hoje. Penso em tudo o que passou e indago tudo o que ainda está por passar. Como poderia eu ser a mesma pessoa? Ninguém iria reter a mesma personalidade depois de tudo.

Lavo-me, afinal são tudo águas passadas. Mesmo quando a corrente me traz algo que pensei já ter passado por baixo da ponte há muito, vou encarar esse reencontro com um sorriso nos lábios. É o mínimo que eu posso fazer, e é tudo o que o passado merece. Nada mais, nada menos. Fazer melhor ou pior seria um erro.

Mudei? Mudei mesmo? Acho que sim, tenho a certeza que sim. Mas não gosto desta pessoa. Nem quero voltar a ser quem era.

Sou quem sou. Não passo disso. Não quero ser mais, não quero ser diferente. Quero ser eu. E sei que o vou conseguir.

Giro a torneira uma última vez. Enrolo uma toalha no corpo, e passo com uma outra pelo espelho.

Já há tanto tempo que não me olhava ao espelho…

Reconheço-me, pela primeira vez em demasiado tempo.


“Hoje vai ser um mau dia.”




Cliché do Dia

"É no nevoeiro a luz muito fraca
Para nos apercebermos dos factos
Com que o bom senso nosso nos ataca."
- Marinho de Pina

Afinar um coração

quinta-feira, 14 de agosto de 2008




Eu queria propôr aqui um estudo:

Existe uma ressonância causada num coração proveniente das ondas sonoras de uma faixa musical.

Por outras palavras, o quanto uma música nos diz, nos afecta. Se sorrimos quando a ouvimos, se nos lembra tempos idos, se nos põe a chorar sem freio.

Todos nós, sem excepção, temos: uma música preferida, uma música que nos traz recordações dolorosas, uma música que nos traz boas recordações, uma música que nos faz ferver o sangue, uma música que nos faz chorar como se não houvesse amanhã... e poderia continuar a enumerar, exemplos não faltam.

Eu acho completamente fascinante como uma data de notas musicais, numa certa ordem, tocadas com um certo tempo, causa tal efeito e impacto em todos nós e em cada um de nós, de maneira geral e distinta entre cada um de nós, ao mesmo tempo. Como uma música tem milhões de significados, tantos quantas as pessoas que a ouvirem.

O nosso coração, quer queiramos quer não, tem musicalidade. Está mais que provado, e não é preciso aparecerem os Von Trapp todos em fila outra vez para nos relembrarem desse facto.

A minha questão, e o objectivo do estudo que vos proponho, é:

Será possível afinar um coração?

Se sim, onde posso comprar as cordas?



Cliché do Dia

"O coração do tolo dança-lhe nos lábios."
- Henry George Bohn

A Razão Está Morta

sexta-feira, 13 de junho de 2008





Saio.

É de noite. Sinto-me bem, sinto-me livre. Sinto um bem-estar que já não sentia há tanto, tanto tempo..!

“Uivo prá lua, que vai tão alta…”

Sinto o vento quente a lamber-me a face. Sinto o suor a começar a colar a roupa ao corpo, uma gota solitária a escorrer-me pela espinha abaixo. Uma outra salta da minha testa para o chão que piso.

“Corro na rua, feito um pernalta…”

É irreal, parece um daqueles sonhos lúcidos. Apercebo-me disso, belisco-me, belisca-me, mas mantenho-me neste transe, sem vontade de acordar. Não quero que venha o sol, não quero abrir os olhos.

“Tanta a folia de liberdade, que nem o dia me dissuade…”

Para que serve o mundo exterior? Para quê aturar as merdas e os merdas que se passeiam e pavoneiam como se todo o mundo lhes pertencesse?

“Quero ser animal, velho cão sem bordão…”

Aqui, entre as nossas 4 ilógicas paredes, dentro deste santuário que é só meu e só teu ao mesmo tempo, sinto-me vivo, para quê procurar uma razão?

“A lamber triunfal, o caixão da razão…”

A razão está morta aqui. Fomos nós, fui eu, foste tu que a mataste. Não precisamos dela. Não preciso dela. Satisfeito, giro a chave. Uma, duas voltas.

Saio.

É de noite. Sinto-me bem, sinto-me livre.

A lua vai tão alta..!


(Para evitar confusões, explicito aqui que as frases entre aspas provêm inalteradas da letra da música "Caixão da Razão", interpretada pela banda "Mundo Cão" e escrita por Adolfo Luxuria Canibal da banda "Mão Morta". Obrigado pela inspiração!)

Game Over

domingo, 11 de maio de 2008


It's funny how life turns out some times; it waits until you get that comfy feeling that everything is okay, and then it gives you a swift but accurate kick in the balls.

It's funny how you could still surprise me after all this time; no kick in the balls, but that backstab between the 3rd and 4th ribs sure did the trick..!

It's funny how after everything that happened between us, I couldn't see it coming; I turned my back on you so many times out of trust, but just couldn't find the strength to walk away, and you took your time to push it deeper and deeper.

It's funny how I can't be sure whether or not you were always like this and I was blinded by my feelings for you, or if everything that happened just struck a cord in you, and changed you.

Enjoy your life. I'm sure as hell that I'm gonna enjoy mine. I may walk out of this badly injured, and I know that for quite a while this isn't going to change. But it will someday. And quite frankly, I could not give less of a fuck about you, your friends, your lovers, your family, everything.

It's funny how I have to thank you for what you said to me, for that final push in that godforsaken knife; it's so much easier to get over you when enraged to the point where I can't seem to remember any good moment we had.

And if what they say is true, that "what goes around, comes around"... Oh boy, are you in for a ride..!

It's funny how after everything, I can only think of two words: Fuck you.

And have a nice day!


"Game Over"
[_] Continue?
[X] New Game?